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Alê Xavier
O Youtube é uma das ferramentas de comunicação mais eficientes da atualidade. Diversidade de conteúdo, atende a todos os públicos e gostos e o principal: é extremamente democrático. É assim que muitas pessoas e empresas vem usando a ferramenta para produzir conteúdos variados, como o Canal Desimpedidos, que reúne 7,62 milhões de inscritos. Alessandra Xavier, mais conhecida por Alê, é uma das apresentadoras do canal.
Aos 27 anos, Alê é um fenômeno da internet. São quase 400 mil seguidores e muitos trabalhos relacionados ao futebol, como acompanhar a Copa do Mundo Feminina 2019, a final da Copa Libertadores da América, entre Flamengo e River Plate, e a final do Campeonato Paulista Feminino, entre São Paulo e Corinthians.
De Piracicaba, no interior de São Paulo, Alê foi parar na capital aos 21 anos de idade, para estudar jornalismo. Àquela altura já era uma amante do futebol. "Meu pai era goleiro de um dos clubes sociais da cidade, o Clube de Campo de Piracicaba. Todo sábado ele me levava para os jogos, foi aí que começou o meu contato com a bola", conta.
A história no Desimpedidos começou em 2017. "Eles estavam com uma vaga aberta para apresentador e fizeram um processo seletivo chamado Moleque da Base para contratar a nova cara do canal. Eu me inscrevi, participei e não ganhei. Mas como o canal já estava procurando uma menina há um tempo e eles gostaram do meu trabalho, me contrataram mesmo assim", lembra a YouTuber.
Hoje, Alê é uma das apresentadoras do canal e a principal responsável por incorporar a pauta do futebol feminino ao grupo. "O ambiente aqui é excelente. A gente vive brincando, mas sempre com muito respeito", comenta sobre a relação com os colegas de trabalho, quase todos homens.

Alê reconhece que teve o privilégio de não passar por nenhum problema relacionado ao gênero ao longo da vida. "Seria injusto da minha parte dizer que passei dificuldade como mulher dentro do futebol. Eu sempre tive muita oportunidade, desde a Globo, onde fui estagiária e depois de produtora, até hoje no Desimpedidos", lembra com carinho dos lugares por onde passou.
Família e amigos também foram parte importante desse processo. Foi dessas pessoas de quem Alê recebeu apoio e incentivo para seguir carreira na área que escolheu, a comunicação, unindo à paixão de criança que é o futebol. "Minha família sempre foi tranquila em relação a isso", conta.
No comecinho, quando eu era bem novinha, minha mãe só deixava eu jogar bola se fizesse aula de ballet. Ela nunca chegou a me proibir. Mas depois ela viu que tava tudo bem só o futebol. Ela sabia que era o que eu amava fazer. Depois disso, o apoio foi total sempre.
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Para ela, a forma como cada mulher lida com determinadas situações pode interferir diretamente em como ela vai se sentir em casos de machismo, por exemplo. "Acho que isso é relativo. Pode ser que outra menina no meu lugar, em algumas situações, se sentisse desencorajada por ser mulher. Eu nunca me senti assim. Sempre levo tudo pelo lado positivo e tento tirar o melhor de todas as situações, inclusive das mais difíceis", explica.
Como uma figura pública, Alê defende a representatividade. "Acredito que muitas meninas me olham como uma inspiração. E isso é a parte mais gratificante. Ser referência para essas meninas é a melhor parte. Mostrar para elas que elas podem chegar onde querem, que podem trabalhar, falar, saber e jogar futebol".
O atual momento mostra que está havendo mudanças, para Alê. "A mulher está cada vez mais sendo representada no futebol, tanto dentro de campo, quanto fora. Hoje temos mais jornalistas, árbitras, comentaristas, jogadoras, treinadoras, médicas etc. Isso mostra que o futebol feminino e a mulher dentro do futebol vem crescendo. O caminho ainda é longo, mas acredito que a gente está no caminho certo", analisa.
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