
Louise Fiala, 23 anos, Curitiba (PR)
Em campo amador já ouvi bastante absurdo, homem assediando verbalmente e essas coisas que toda mulher já ouviu, infelizmente. Mas uma coisa que acontece SEMPRE e até hoje é a tentativa dos homens de "desqualificarem" o nosso gosto pelo futebol. Pedem para explicar os fundamentos, as regras, as partes táticas, como se para gostar de futebol você fosse obrigada a saber cada mínimo detalhe.
Quando comecei a faculdade de jornalismo e trabalhei em um portal esportivo, vi muita gente "desconfiar" da informação repassada pois era uma mulher quem tinha escrito. Vejo isso acontecer diariamente com amigas minhas que trabalham com jornalismo esportivo - fora as que são chamadas de vadia pra baixo quando criticam algum time.
Mayara Maleski, 21 anos, Rios Grande (RS)
Dentro do universo dos campeonatos femininos isso não existe, por que os homens prestigiam as mulheres igualmente, e tem respeito. Eu joguei com meninos dos 9 aos 15 anos, e nunca nenhum deles tentou me explicar algo só por eu ser mulher ou me considerar inferior. Sobre os estádios, os casos sempre são bem semelhantes.
Alguns homens ao ver uma mulher cantar junto, pular junto e torcer de igual para igual, analisa a mesma não como uma torcedora fiel, mas um produto. Logo vem um comentário - muitas vezes perto demais - "Coisa mais linda, vamos torcer juntos assim lá na minha casa" e afins.
Isabela Bernsdorf, 21 anos, Curitiba (PR)
Teve uma vez que tava xingando o juiz e um cara perguntou se eu sabia o que tava acontecendo ou só tava xingando porque todo mundo tava. Assédio sofri uma vez só quando tinha uns 15 anos, fiquei guardando lugar enquanto meu pai e meu irmão foram ao banheiro, um tiozão chegou e disse que ficou me olhando o jogo inteiro e ficou torcendo pra eu ficar sozinha, aí tinha um casal do meu lado que eu tinha feito amizade, que falaram "sai fora ela não é pro teu bico", depois disso nunca mais fui de short pra estádio.